Hoje, cansada das mentiras procuro o meu refúgio,
onde eu possa sentir o fresco e a pureza da água ao descer
pela minha garganta, seca pelos soluços contidos...
Construir o meu nicho de tristezas, senti-las e solta-las;
se em mim ou na vida, não sei...
Meus sonhos quebraram, tento levantar-me...
dos tropeços das minhas ilusões, ponderar, equilibrar-me...
da realidade, do meu próximo ficou a ingratidão traiçoeira.
Será que um dia eu consigo curar esta maldita mágoa,
que me destrói, matando-me um pouco a cada dia, a cada hora;
talvez...se esse dia chegar consiga entender o porquê da vida ser assim.
O porquê???
de pessoas que são gente como eu, ou só penso eu que são?
A pior morte não é a do corpo que vai minguando,
é a da alma que vai perdendo o brilho, como um final de tarde cinzento,
aguardando a tempestade que aponta no horizonte,
trazendo pedras duras, geladas e destruidoras.
Quero encontrar-me, falo de mim, que nunca pedi nada, e a morte vivo,
simplesmente pergunto, o que me darias se te pedisse a paz,
sabendo que necessito de matérias vivas, ao menos para ter o que lembrar?
Mas que força é esta, se não um sentimento,
que me faz sentir assim,
como se em mim eu não existisse mais?
Sim...porque no reflexo do espelho, não me reconheço.
O brilho dos meus olhos...simplesmente desapareceu.
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